Os moradores do bairro Santa Maria que estão desabrigados depois da chuva que caiu na terça-feira, 24, pedirão ajuda ao Ministério Público Estadual. Três escolas públicas do bairro estão sendo usadas como alojamentos. Os desabrigados reclamam das péssimas condições e do mau trato recebido pela Prefeitura.
As 260 famílias que moravam na ocupação da Água Fina foram retiradas de seus barracos pela Prefeitura na última, quarta-feira, 25. Para garantir que ninguém voltaria aos barracos, tudo foi incendiado. Sem ter pra onde ir, os moradores resolveram ocupar uma escola do bairro. Na mesma noite foram expulsos de forma violenta pelos policiais.
“O que ‘tão’ fazendo com a gente é uma covardia”. Foi assim que definiu Nacieto dos Santos, morador da ocupação Coelho Neto, que fica ao lado Água Fina. Na manhã da quinta-feira, foi a vez dele e das cerca de 15 famílias da ocupação verem os seus barracos destruídos pela Prefeitura. Nacieto tem três filhos, um deles recém-nascido, ainda estava no hospital. Saiu de seu barraco apenas com o nome em um cadastro e a promessa de que receberá um auxílio de até R$ 300,00 para alugar alguma casa.
Sem receber ajuda os moradores do bairro Santa Maria resolveram procurar o Ministério Público. Em reunião realizada no final da tarde de hoje foi eleita uma comissão formada por moradores, por representantes da Central Sindical e Popular CONLUTAS, do Sindipetro AL/SE e do PSTU.
“É inadmissível o que está sendo feito com os moradores do bairro Santa Maria. A forma como a Prefeitura vem agindo é criminosa. Os trabalhadores precisam de casas, saneamento básico, hospitais. Não de choques da polícia”, frisou a presidente estadual do PSTU, Vera Lúcia.
A comissão eleita na reunião solicitou apoio da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Ligamos para o advogado Claúdio Miguel e solicitamos a presença da OAB acompanhando os moradores ao Ministério Público. Cláudio Miguel garantiu a presença de membros da Comissão de Direitos Humanos da OAB. Alguma coisa precisa ser feito para resolver a situação dos moradores do bairro Santo Maria”, frisou Vera Lúcia.
A comissão de moradores e representantes de entidades dos movimentos sociais irá ao Ministério Público logo cedo. “Estamos marcando nosso encontro no Ministério Público às 8h. A situação pede pressa”, disse Vera Lúcia.
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